domingo, 24 de outubro de 2010

Dramaturgo Norberto Ávila apresenta obra em Olhão na Semana da Casa dos Açores


O dramaturgo açoriano Norberto Ávila, talvez o maior dramaturgo português vivo, dá a conhecer ao público algarvio, no próximo dia 4 de Novembro, na Biblioteca Municipal de Olhão, às 21h00, a sua última obra, Algum Teatro.
Entre 1 e 7 de Novembro decorre a Semana Cultural da Casa dos Açores no Algarve, em Faro e Olhão, na qual esta iniciativa está incluída. Na biblioteca olhanense estará também patente, na primeira semana de Novembro, uma exposição sobre a obra do dramaturgo e coordenada pelo próprio.
Na apresentação da obra de Norberto Ávila, que será proferida por Dália Paulo, na noite de 4 de Novembro, também o autor estará presente, numa iniciativa organizada pela Casa dos Açores no Algarve e Biblioteca Municipal de Olhão.
O percurso literário de Norberto Ávila mereceu palavras elogiosas de Francisco Rebello: “Pela diversidade e riqueza dos temas dramatizados, pela variedade e adequação dos modelos estruturantes, pelo saber oficinal, pela capacidade inventiva do jogo cénico, pela sábia dosagem do real e do fantástico, do humor e da emoção, do erudito e do popular, e pela articulação perfeita de tudo isto, a obra de Norberto Ávila, já internacionalmente consagrada, ocupa um lugar ímpar no quadro da dramaturgia portuguesa contemporânea”. Já Joan Casas (autor catalão, tradutor de As Histórias de Hakim) referiu: “(…) Norberto Ávila, bom conhecedor daquele segredo que faz da fantasia o melhor instrumento para descobrir a realidade”.
Norberto Gregório Ávila, dramaturgo português nasceu a 9 de Setembro de 1936, em Angra do Heroísmo, Açores. Entre 1963 e 1965 frequentou a Universidade do Teatro das Nações, em Paris. Fundou e dirigiu a revista Teatro em Movimento, entre 1973 e 1975; entre 1974 e 1978 chefiou a Divisão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura. Traduziu peças de Jan Kott, Shakespeare, T. Williams, A. Miller, Schiller, Valle-Inclàn, Fassbinder, entre outros.
As suas primeiras peças (A Descida aos Infernos e O Homem que Caminhava sobre as Ondas) revelavam, segundo Luiz Francisco Rebello, "no seu simbolismo expressionista uma decidida vocação de dramaturgo moderno, que as obras posteriores vieram confirmar" (REBELLO, Luiz Francisco - 100 Anos de Teatro Português (1880-1980), Porto, ed. Brasília, 1984, p. 42).
Conjugando um sentido da representação teatral enquanto acto ao mesmo tempo lúdico e interveniente, foi distinguido com o Prémio Comemorativo do Cinquentenário da Sociedade Portuguesa de Autores, atribuído a As Cadeiras Celestes e com o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores, em 1987, para a peça Florânia ou A Perfeita Felicidade. Embora muitas das suas peças permaneçam inéditas (O Labirinto, 1962; A Pulga, 1962; Magnífico I, 1965; O Pavilhão dos Sonhos, 1979; Os Deserdados da Pátria, 1982), grande parte da sua obra encontra-se traduzida em alemão, polaco, servo-croata e espanhol, tendo já sido levada à cena por diversas companhias estrangeiras.